sexta-feira, 5 de outubro de 2007

BloodBussinessCorp.


Vendi o meu sangue
as multinacionais.
Dessa vez não quero saber
Lavei com o próprio sangue as minhas mãos
Segui o meu destino
E por esses trilhos a fora
Com mil litros,
e o meu corpo como um garrafão
Reguei o capim das matas,
Encharquei as grandes avenidas
E manchei os rios de vermelho,
Em batalhas sem glória
E assim escorreu das minhas veias
Para o solo quente do combate
onde é só sangue.
Sangue por sangue
era melhor que fosse azul,
e ninguém se atreveria a vê-lo a olho nu
ninguém pedia certificado de nascença .
E para vê-lo, nem mesmo
No mosquito esmagado na parede
Ou na hora da gota espessa.
O meu não, o meu não
O meu foi hipotecado,
Por ele hoje já se bebe coca-cola,
E quanto menos espero vai escorrer
Ou grafitar alguma parede da cidade
Eu cá por mim, prefiro nem olhar para ele
Prefiro que se parta o garrafão
Do que vê-lo a esvair-se.

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